Um show de marca!
26 de agosto
As marcas precisam conquistar um lugar nos gélidos corações dos consumidores, e estar em seus habitats naturais de forma destacada é primordial. Envolvê-los nas suas estratégias de branding e fazendo ela parte do seu show.
Afinal, para serem bem sucedidas devem ir além de um produto em gôndola e além dos seus ativos primários. Sair da caixa e evitar a arapuca do comodismo. Se um produto ou serviço de uma marca entregar apenas uma relação funcional, ele passa a ser visto como commodity pelos consumidores, e, nessa relação é inevitável a perigosa comparação. Principalmente de custo-benefício ou ainda pior, a decisão de compra pelo menor preço. A maneira de se evitar este processo de “comoditização” é trabalhar elementos adicionais de geração de valor, com os quais as marcas passam a entregar como valor a emoção que elas produzem quando estão sendo consumidas, além das relações funcionais. Todos os tipos de produtos, com maior ou menor intensidade, são capazes de produzir relações emocionais que agregam valor para seus consumidores. Este processo de agregação de valor via relações emocionais é chamado de “espetacularização do consumo” por alguns autores. Que significa transformar um consumo em algo mais interessante, emocionante, divertido. É transformar um consumo simples em um espetáculo. E este espetáculo agrega mais valor aos produtos.
Quando compramos um produto Apple, não pagamos apenas pelo seu hardware e software, por mais competente que eles sejam. Pagamos pelo “espetáculo” que a Apple proporciona, ou seja, a possibilidade de nos sentirmos mais inovadores, mais conectados, mais desafiadores do status quo, os valores defendidos por esta marca no mercado.
Da mesma maneira, não compramos apenas um refrigerante quando consumimos uma Coca Cola, mas a possibilidade de nos tornarmos um pouco mais felizes por meio do consumo do refrigerante, “abrindo a felicidade” como diz o seu slogan. Não consumimos apenas uma cerveja Heineken, mas a possibilidade de nos sentirmos mais sofisticados, mais cosmopolitas, mais globalizados com o consumo da marca.
As manifestações de marca podem ser muitas, como a embalagem, a publicidade, e mesmo o preço que é cobrado por ela. No entanto, aquelas que de fato transforam a marca num espetáculo são aquelas que tiram os consumidores do seu cotidiano e os levam para um mundo de fato espetacular.
Algumas manifestações claramente são assim, como os eventos de marca. E, talvez no evento seja o local onde as marcas podem ser mais ousadas e aproveitarem toda a conexão com seus consumidores. É a ponta de contato mais próxima entre persona e consumidor, que garante a humanização daquela relação. Cenografia, promotores, ativações criativas, som, luz, cor tudo é um ingrediente de uma receita que poucas marcas trabalham de forma eficaz.