O mercado de cervejas renasceu
26 de agosto
De acordo com dados de 2019 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de 2008 a 2018 o número de cervejarias artesanais no Brasil saltou de 70 para quase 900. Juntas, elas faturam cerca de 2,4 bilhões de reais. Mas o mercado que em estava em franca expansão, sofreu um duro golpe que começou em 2019 e se arrasta por 2020.
Em dezembro de 2019, 55 lotes produzidos pela Cervejaria Backer, de Belo Horizonte (MG), foram contaminados por substâncias químicas. Até o fechamento desta reportagem, seis pessoas haviam morrido e outras 30 apresentavam sinais de intoxicação após consumir as marcas da companhia. De acordo com a investigação da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, que ainda não havia sido concluída, os lotes foram contaminados pelos componentes dietilenoglicol e monoetilenoglicol, substâncias usadas por algumas produtoras para resfriamento das cervejas. A Backer, entretanto, negava o uso de dietilenoglicol no processo de fabricação e suspeitava de fraude por parte de um ex-funcionário. Com um crescimento de 50% nos últimos dois anos, a Backer produzia 800.000 litros por mês, tinha 350 funcionários e faturamento mensal estimado em 7 milhões de reais. O tamanho da empresa — considerada a maior cervejaria artesanal em volume de vendas do país — e a repercussão do caso levantaram dúvidas quanto ao impacto que o episódio teria na credibilidade do mercado de artesanais.
Já em 2020, quando se levantava desse golpe de credibilidade, a Pandemia que afetou todo o planeta, impôs às cordas novamente o combalido mercado cervejeiro que vive um momento muito importante, de entendimento de seus propósitos e, a busca por renascer.
E está renascendo na internet.
Das poucas certezas que se tem sobre a pandemia da covid-19, uma delas é a de que nada mais será como antes após a retomada. Um dos setores diretamente afetados pela crise, e que deverá se reinventar, é o da alimentação. De acordo com estudos da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o grande destaque das vendas na quarentena vai justamente para o delivery: a compra de alimentos e bebidas para consumo imediato cresceu 79%.
O delivery veio para ficar. Mas, para as cervejarias, foi no habitual corre-corre, muitas precisaram implementar o delivery às pressas, de forma improvisada, enraizada nas altas taxas dos aplicativos de entrega, para acompanhar as cervejarias que já vinham fazendo seus trabalhos de conteúdo e venda online. Mas agora, três meses depois, a expertise entre erros e acertos promoveu uma espécie de treinamento. E será natural uma evolução da qualidade pois ela será um diferencial no mercado.
A principal estratégia de marketing é como você se posiciona nas plataformas e quais promoções pode fazer. As redes sociais são muito úteis neste momento, elas conseguem promover restaurantes que operam tanto em plataformas quanto via telefone ou whatsapp. Para se destacar nas plataformas, é preciso fazer promoções. Por isso, utilize os cupons, entenda quais são melhores para o seu ticket médio. Aproveite também os descontos de primeira compra para oferecer uma boa experiência para seu cliente.
Esse cenário deve se refletir na indústria mesmo após o fim da pandemia, especialmente no que se refere a preços e delivery. a questão dos preços tem sido fundamental durante a quarentena e influi diretamente na capacidade das cervejarias conseguirem escoar os seus produtos. O preço e a disponibilidade são os dois grandes desafios para o volume de vendas da cerveja artesanal atualmente. Conseguir quebrar as barreiras do delivery, do take away, é fundamental. Ainda existe muita oportunidade de evolução para as cervejarias nessa modalidade de vendas, pois o delivery veio para ficar e não irá embora depois da pandemia.
Preocupar-se com suas redes sociais, a qualidade do conteúdo postado e a qualidade das entregas é fundamental. Entender mercados, consumidores, limitações e oportunidades para se apresentar da melhor forma aos oceanos de oportunidades que podemos navegar.